Em Novembro de 1918, a compra da Quinta do Crasto por Constantino de Almeida, negociante de vinhos da praça do Porto, e sua mulher, D. Laura Moreira de Almeida, foi registada na Repartição de Finanças de Sabrosa. Entre os anos de 1919 e 1922, Constantino de Almeida, para além dos grandes investimentos que fez na replantação de vinhas, procedeu também a profundas obras de reconstrução/construção de adegas e de habitações da Quinta do Crasto que, ainda hoje, podem ser apreciadas em grande parte pelos seus convidados e/ou visitantes de Enoturismo.
Quem hoje visita a quinta vê erguer-se, no momento da sua chegada a esta cuidada propriedade vinícola, um idílico promontório debruçado sobre o rio Douro, rodeado de vinhas e oliveiras, no qual se destaca o antigo casario da Quinta do Crasto e onde se inclui a Casa Centenária, casa de habitação dos proprietários. Os visíveis sinais de modernidade que hoje caracterizam a Quinta do Crasto, quer nas atividades vitivinícolas quer no turismo, combinam-se na perfeição com a preocupação de preservar o seu património histórico, tanto o edificado como o natural. Os atuais proprietários têm a consciência do valor dessa riquíssima herança, como memória e como recurso, que se traduz, para quem visita a quinta, numa sensação de intemporalidade e de comunhão com a natureza.
Desde 2012, em complementaridade com a atividade vitivinícola, a Quinta do Crasto tem investido no Enoturismo. A transformação de algumas das habitações de proprietários e caseiros em espaços preparados para um acolhimento de excelência de hóspedes e visitantes tem sido uma prioridade, sem nunca perder a matriz familiar e privada muito apreciada por quem procura vivenciar na Quinta do Crasto uma experiência vínica absolutamente única no Douro. Com a mesma exigência que coloca na produção dos seus vinhos, a Quinta do Crasto aposta, acima de tudo, em critérios de distinção e de autenticidade no acolhimento de turistas e apreciadores. Os visitantes podem percorrer as vinhas e as instalações da quinta e terminar a visita nesta belíssima Casa Centenária, onde podem degustar os vinhos envoltos no charme da sala de jantar ou apreciar os sabores da gastronomia regional num almoço ou jantar no romântico terraço construído em xisto com vista panorâmica sobre o rio Douro.
A Casa Centenária da Quinta do Crasto está, atualmente, vocacionada para a receção de visitantes de Enoturismo e, apesar de dispor de quartos para usufruto exclusivo da família, reserva quatro confortáveis suites, totalmente renovadas, para estadias de convidados, nas quais foram mantidas algumas das características arquitetónicas originais da casa.
As origens da Quinta do Crasto, com casa de habitação, lagares e adegas, remontam ao século XVII. No portão de entrada da Quinta, recentemente recuperado, pode ler-se a inscrição “Quinta do Crasto 1615-1918”, reconstituindo o portão original, em que a primeira data memora o tempo mítico da sua fundação. Se alguns capítulos da história da Quinta do Crasto permanecem por desvendar, como acontece com a maioria das quintas antigas do Douro, é indubitável a sua formação nesse tempo, em que esteve na posse de famílias fidalgas. E essa história sente-se aqui, no silêncio do tempo da Casa Centenária.